domingo, 28 de março de 2010

ÀS VOLTAS COM O TEMPO...













Livro: A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho
Autor: Mário de Carvalho

Inspirados no encontro de diferentes temporalidades históricas e no fantástico, características do conto de Mário de Carvalho “A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho”, os alunos criaram textos sobre viagens no tempo.
Seguem-se dois exemplos.


Uma Armadura

Tudo começou no meu vigésimo primeiro aniversário. Uma das prendas que recebi foi uma armadura de aço ferrugenta e tive uma sensação diferente. Aquilo não era tudo o que parecia.
Após uns dias, pus a armadura à prova e vesti-a…
De repente, o chão que me apoiava desapareceu e estava a cair num abismo. Adormeci…
Acordei, senti o chão que tinha textura de cinzas, abri lentamente os olhos e levantei-me. A armadura pesava mais do que antes e já não era ferrugenta, era brilhante!
Eu estava numa casa caída, metade destruída, não sabia onde estava até ter reparado numa fotografia da minha família num tabuleiro. Não gostei do que vi, portanto corri até à porta e saí. O mundo que eu conhecia desapareceu, era tudo cinza. Viajei e descobri-me neste lugar durante dias, meses… a tentar descobrir o que é que lá aconteceu.
Conheci pessoas novas, mas elas não se lembravam de mim e já eram muito velhas. Descobri que no ano 2035 o mundo entrou em guerra nuclear, mais de duzentas bombas foram lançadas em todas as direcções. Após mais uns anos a sobreviver neste mundo, a fugir de rebeldes e a ajudar aqueles que precisavam mais, a armadura estava de novo ferrugenta como no dia em que a recebi e encontrei-me a cair outra vez num abismo, mas desta vez não adormeci. Encontrei-me numa sala conhecida, cheia de pessoas amigáveis a cantar os parabéns. Era o meu vigésimo primeiro aniversário outra vez! No momento exacto em que abri e desembrulhei a armadura festejei, mas não a coloquei. Não contei nada do que aconteceu a ninguém, mas eu sabia que era verdade pois ainda tinha as cicatrizes que apanhei lá.
Vivi com a minha família felizmente durante mais vinte anos. De repente, vimos uma luz brilhante, cinzas por todo o lado, fogos e morte e, da tal maneira como começou assim acabou… de novo, lá estava eu numa casa caída, metade destruída, sozinho, com a armadura brilhante vestida, num mundo sombrio cheio de cinzas.
Juntei-me ao exército da armadura de aço e continuei a ajudar as pessoas. Este mundo não fora feito para os humanos. Só destruímos tudo o que nos foi dado.

Charlie Bedingham, 8ºB



A Estranha Máquina do Tempo

Um dia, eu encontrei uma borracha estranha com um botão vermelho no centro. Peguei nela e disse:
- Mas de onde é que vem esta borracha?
A borracha era dura como um diamante e tinha um tom metálico. Quando carreguei no botão vermelho, um portal roxo apareceu à minha frente. Tinha uma caixa ao lado com números. Eu experimentei carregar uma data do futuro. Tinha carregado 15 / 05 / 5131. A seguir, atravessei o portal e tinha chegado a essa data no mesmo sítio. Foi um bocado estranho, era tudo feito de metal e quase que não havia gravidade. Tentei encontrar a borracha e encontrei-a colada a uma nave espacial que era para resgatar as pessoas para Marte, porque já não havia condições para viver no planeta Terra. Eu consegui chegar à nave e fui buscar a borracha. Carreguei rapidamente e pus uns números ao calha.
Fui parar ao passado, ao tempo dos Australopitecos. Encontrei bastantes à minha volta a cheirar-me e a tocar-me por todo o lado. A borracha tinha desaparecido, não sabia onde procurar…
Eu, desesperado, a procurar, vi um animal estranho com patas, asas e cabeça de dinossauro. Os homens pré-históricos queriam caçar o animal e conseguiram. Depois de o abaterem, encontrei a borracha no seu ninho. Logo de seguida carreguei outra vez sem saber em que carregava e atravessei o portal.
Cheguei a um sítio estranho, mas mesmo muito estranho, porque não havia nada naquele lugar. Fiquei assustadíssimo. A borracha também tinha desaparecido como se tivesse sido engolida por um buraco negro.
Eu, mais tarde, vi uma espécie de um ovo que parecia explodir. Reparei que ia acontecer o Big-Bang!!!
Quando explodiu, fui parar a uma dimensão estranhíssima onde a minha borracha estava a ser engolida. Fui atrás dela e também fui engolido. Entretanto, apanhei-a e com muita atenção, carreguei nos botões 04 / 02 / 2010.
Voltei para casa com a borracha na mão. Estava eufórico quando vi a minha família de volta. Olhei para a borracha e disse:
-Vou guardar-te para dar-te aos meus filhos, netos e bisnetos para que eles possam viajar também no tempo. Como eu.

Bernardo Carvalho, 8ºB

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